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Após criticar ‘tsunami’ de dólares, Dilma vai à Alemanha discutir crise

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publicado em 03/03/2012 ás 10h32

 Dois dias depois de criticar o “tsunami monetário” provocado pelos países ricos, a presidente viajará neste sábado (3) a Hannover, onde encontra-se com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. A crise econômica internacional será o principal assunto do encontro.

De acordo com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a presidente deverá conduzir a conversa com a chanceler alemã “no mesmo tom” em que vem se manifestando em relação à crise.

Nesta quinta-feira (1º), Dilma criticou a política monetária dos países ricos, que segundo ela, provoca um "tsunami" de dólares nos países emergentes, o que desvaloriza a moeda local e prejudica setores da indústria que exporta.

De acordo com Garcia, o Brasil quer saber o que será feito do grande empréstimo concedido esta semana a bancos europeus, ser servirá para investimento interno ou especulação externa. “Nós queremos saber qual é o destino desse dinheiro. Ele vai ser utilizado para o desenvolvimento da União Europeia ou vão ser entregues aos bancos?”, questionou.

Nesta sexta-feira (2), Merkel chegou a dizer que entende as críticas feitas por Dilma. “De certa maneira, eu entendo as dúvidas dela. É por isso que vou tentar dizer a ela que planejamos perseguir reformas desta vez, que nós certamente não vamos adotar medidas semelhantes de novo”, declarou.
Apesar de a crise internacional ser a principal pauta da viagem, o mote do convite é a Cebit – Feira Internacional de Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Software e Serviços, a qual a Dilma visitará nesta terça-feira (6).

A Alemanha é parceira do Brasil no programa Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas para brasileiros cursarem graduação ou pós-graduação no exterior. Durante a visita a Merkel, Dilma deverá reiterar a intenção do governo brasileiro em enviar estudantes, mas vai também insistir para que cientistas e técnicos alemães atuem no Brasil, informou Marco Aurélio Garcia.

A reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional) e outras questões de política externa também deverão ser debatidas, como a crise na Síria, a Palestina e o Irã. “A presidenta vai reafirmar aquilo que é próprio da política externa brasileira que é a busca de soluções negociadas, diplomáticas, mesmo quando essas soluções parecem muito difíceis”, disse Garcia.

G1